31 janeiro 2013

Muitas falhas cusaram o incêndio trágico em boate de Santa Maria

Uma tremenda de uma junção de falhas e descaso causou a tragédia de Santa Maria-RS, foram falhas dos donos de boate, da nossa legislação, dos órgãos públicos que deveriam fiscalizar, do corpo de bombeiro, de alguns dos músicos e possivelmente até de uma empresa responsável pelo evento que iria dar lucro aos donos da boate e para formaturas de estudantes, e provavelmente para empresa que 'organizou' o evento.

A finalidade desse blog, quando criei, era postar sobre coisas boas, mas, a vida também tem coisas erradas, muitas coisas extremamente tristes, e não podemos ficar apenas olhando ou ignorando. Infelizmente, são as coisas erradas que podem nos fazer evoluir, se aprendermos evitar que se repitam no futuro.

Um modo cruel de aprendermos a pensar mais em segurança, cobrar mais das autoridades(políticos), sermos mais responsáveis no que fizermos, principalmente quando coloca a vida de outros em risco, e, não acreditar-mos em sorte ou azar, e sim, no risco que pode ser evitado.

Os governos, federal, estadual e até municipal não tem uma boa legislação e não fiscaliza de forma eficiente. As leis que regulamentam a quantia de portas consideradas como saída podem estar erradas, sendo que foi considerado como saída as portas internas que iriam para um 'Hall de entrada'(era um local fechado entre da área principal e rua), cujo local tinha apenas uma saída e pouca ventilação.
A legislação, se o local suportava mais de 700 pessoas, essa saída deveria ser considerada para esse número máximo de pessoas que cabem no local, o local tinha alvará para aproximadamente 700 pessoas, mas cabiam mais de 1.000, sendo assim, as saídas de emergência deveriam ser calculadas para um número maior de pessoas.
Segundo, se o corpo de bombeiros do Rio Grande do Sul tinha o dever de verificar um local em 20 dias após o pedido de vistoria, porque não o fez, porque submeter a uma 'fila de espera', essa falha pode ser do governo estadual que talvez não disponibilize pessoas e/ou equipamento necessário para tal.
Quanto a fiscalização, quase não existe, deveria ser mais frequente em grandes locais, e de surpresa, teve pessoas(autoridades) dizendo que o cidadão deveria denunciar, mas, como o cidadão vai saber quantas pessoas o local suporta e alí estão? Como saber quantos extintores são necessários? Sendo assim, deveria ter uma regra que obrigasse essa informação em local visível na entrada de locais públicos.
Os donos da boate usaram material inadequado, deixaram o local ficar superlotado, podem até ter feito outras alterações no local, alterações do tipo que modificaram as medidas e normas de segurança, etc.
Quem promoveu a festa também errou na quantia de pessoas, errou ao contratar músicos que iriam usar fogos.
Integrantes de grupo musical erraram muito ao usar fogos em local fechado.

Agora, cada um quer empurrar a culpa para o outro, o advogado de um dos donos da boate chegou ao ponto de dizer que os bombeiros foram ineficientes ao retirar as pessoas, se ele tivesse observado as imagens, teria visto que não havia nem por onde a fumaça preta e muito tóxica sair daquele buraco, a visibilidade provavelmente chegava próxima de zero. Outro advogado disse que a banda não anunciava o uso de fogos, e isso é mais uma mentira.

O risco começou com o uso de material altamente inflamável para forrar a boate, aumentou muito com o uso de fogos em local fechado, o incêndio começou e não pode ser controlado com uso de extintor que não funcionou, aí começou a tragédia, piorou muito quando não houve um modo de saída rápida e eficiente, além disso, a quantia de gente era bem superior ao recomendado. Consequência é uma tragédia gigantesca que poderia ter sido bem menor se não fosse uma soma de falhas, de muitos lados.

A mentalidade do "isso não vai acontecer comigo" até porque "eu sei o que tou fazendo"

Vi em uma reportagem, uma fã do grupo que usou os fogos na boate, usou a frase:
"Eles sempre usavam fogos nas apresentações, nunca deu problema"
Infelizmente, um dia o problema mostrou a cara, o risco virou fato, é esse tipo de pensamento errado que pode provocar um acidente, se a gente não conta com o risco, um dia ele pode acontecer, no caso da boate, várias pessoas não ligaram para os riscos, não era apenas uma situação de risco, eram várias, forro inflamável, fogos, extintor defeituoso, superlotação, poucas saídas de emergência, etc. Quando esses riscos viraram realidade, foi muito trágico, mesmo que tivesse sido uma pessoas a morrer, já seria uma grande falha, pois o risco estava lá, poderia ser evitado, mas não foi, apenas por culpa dessa mania de contar-mos com a sorte, ou ignorar os riscos, e, principalmente, não respeitar as medidas de segurança.